mini diário violator em juíz de fora

a pedidos, pedro poney ret baixista e vocalista do violator, fez um relato da ida dos caras pra juíz de fora. dá uma conferida nas "aventuras dessa galerinha irada, que apronta todas numa viagem radical" (bem no estilo narração da sessão da tarde):

Mais uma da série Moshing with Violence – Diário de Tour
Metal Massacre 2o Ato – Violator, Bywar, Farscape, Wardeath e Abstract.

Mais uma vez, atendendo pedidos do pião-irmão Herynaldo Costa, tô escrevendo sobre as peripécias do Violator na estrada. Se tudo der certo e eu conseguir vencer a preguiça, isso aqui também vai virar uma sessão do site oficial dos violas. E aí vou terminar de contar a história da Moshing with Violence tour 2005, porque umas quatro cidades ficaram de fora. Desculpem aí.

Agora dia 17 de março, Violator viajou para o interior de Minas Gerais, Juiz de Fora, pra encontrar velhos amigos e fazer o nosso primeiro show do ano. A última vez que havíamos tocado foi exatamente três meses antes, numa gig histórica com Força Macabra, Lobotomia, Besthöven. Esse show ficou marcado por ter sido o último com Juanito, que teve que nos deixar pra deixar de ser vagabundo do rock e estudar em terras portenhas.

Viajamos em trio pela primeira vez então. Acompanhados da nossa eterna Roadie Crew, Pícaro Merchanda e Antônio Rolldão, responsáveis pelo merchanda e pela diversão. Encaramos 15 horas de busão e muito frio. Na rodoviária, conhecemos o cara responsável por todo o show, Fernando Extremo, louco no melhor dos sentidos. Esperamos um pouco e os cariocas do Farxxxcape apareceram. Mantemos contato com os caras a vários anos, mas essa foi a primeira vez que nos encontramos ao vivo. Todos num visu praiero, foi um grande prazer conhecer esses caras.

O show era num shopping center. Isso mesmo. Num Boliche ainda por cima. Só dava pra chegar lá de elevador panorâmico. E os seguranças olhando muito feio pros nossos cintos de bala. Então eram os thrashers com suas calças apertadas e coletes com patchs caminhando lado a lado de felizes famílias juizdeforenses que tiraram o sábado para curtir um boliche. Muito esquisito. Mesmo assim, o lugar não era arrumado. Bom. Era muito bacana, bem tosco, apertado, do jeito que a gente curte. Pião mermo.

No lugar do show já tavam todos os pilantras que são irmãos da gente. Os capixabas do Wardeath: a lenda Diogo Possessed e o frenético Uriel Dek e os paulistas do Bywar: Vegeta, Adriano, Arnold e Américo. Só irmão. Essa união que rola entre bandas de Thrash old school de todos os lugares do Brasil é muito bacana, coisa linda do cão. Várias figuras lendárias da cena thrash tb estavam lá como Apu e sua peruca Black power, Leon do Apokalyptic Raids e toda a trupe insanidade-mosh do Espírito Santo, uma das galeras mais fudidas do país.

A primeira banda a tocar foi o Abstract. Tipo um prog/power/death super bem executado, mas que num é minha praia de jeito nenhum. Fiquei pilantrando e nem vi o show dos caras. A primeira da gangue dos thrashers a subir no palco foi o Wardeath. O som não ajudou muito, mas foi mó felicidade finalmente ver o show dos caras. Uriel é meu irmão e eu sou fã demais do cara. Thrash metal pião brasileiro 80, cantando em português, na melhor escola Holocausto e Dorsal Atlântica. Muito foda! Eles tocaram uma musicas novas também, em inglês, rápidas pra caralho, lembrando muito o Assassin do Upcoming Terror.

Logo depois veio o Farscape, show que eu esperava anos pra ver, e não decepcionou nem um pouco! Confesso que até fiquei emocionado quando os caras abriram o show com Demon’s Massacre, muito fudido! Rolou muito mosh, stage dive, insanidade Thrash! Teve cover lindo do GBH em que eu e o Uriel ficamos doidos no Circle Pit, mas parece que nem todos os banger curtiram. Rolou umas músicas novas com uma pegada mais NWOBHM, que não muito meu estilo, mas que são muito bacanas também. E pra terminar ainda olou o hino, “Carrasco do Metal”. Só queria que o Bruce tivesse lá!

Depois, era a vez do Bywar, e eu já tava louco pra subir logo no palco. Só pude ver metade do show dos caras, mó bosta. Mas pelo menos, a gente tem tocado periodicamente com eles, principalmente por sermos do mesmo selo, Rolldão Records, opa Kill Again. O show dos caras é sempre matador. Vegeta tem uma puta presença de palco e os caras tocam muito bem ao vivo. Eu sou tipo fã mermo, e não consigo me controlar a ouvir musicas como “Thrashers Return”. Heróis do Thrash Nacional.

Aí, era a vez dos Violas fecharem a noite. A galera já tava meio cansada, e eu pensei que talvez não fosse tão animado. Mas assim que eu gritei “aí, agora que o juan saiu, tem mais espaço aqui em cima, o palco é de vocês!”, o show começou, todos os thrashers invadiram o lugar e ficaram pogando do nosso lado, muito foda! Foi muita putaria! Rolou imitação do Silvio Santos, mosh de peruca e até o cara do som puto comigo porque eu tava subindo em cima dos retornos. O circle pit tava muito insano e levou metade dos amplificadores logo na primeira música!

Tocamos 6 sons novos e todas foram muito bem recebidas. Impressionante como tinha gente cantando os sons do Violent Mosh. O power trio se mostrou funcionar muito bem, graças ao Capaça e ao Batera, porque eu num toco porra nenhuma e fico só correndo de um lado pro outro. Pra fechar o show, Wardeath, Farscape e Bywar se juntaram aos Violas pra tocar “Massacre” do Taurus. Aí foi emoção mermo, todas as bandas em cima do palco, cantando versos como “Vou a guerra lutar por um ideal, minha alma doar pelo Metal”. Como diríamos aqui em Brasa City: “FU-dido, Bangers”.

Agradecimentos: Fernando Extremo, Merchanda, Rolldão, Uriel, Diogo, Vegeta, Arnold, Adriano, Américo, Whipstriker, Poisonhell, Leo, Pedrim, Tate, Nani, Fred e toda trupe insanidade-mosh ES, Leon, Apu, Michele, Elaine, galera de BH, interior de MG. Valeu aí!