5.4.06

INAUGURANDO NOVA COLUNA::::CONEXÃO

nova sessão do dfhardcore no ar: conexão.
pra quem não sabe, o dfhardcore é um zine voltado exclusivamente pro hardcore do df, mas resolvi abrir um espaço para intercâmbio através de scene reports. esse fica sendo o espaço para falar de cenas exteriores ao df e entorno. quer falar da cena da sua cidade?
dfhardcore@gmail.com
quem estréia nossa coluna é o rodrigo de salvador, que fez um scene report bacaninha contando um pouco das coisas que ele vê/gosta na sua cidade. confira ai!!!
___________________________________________________________



SCENE REPORT: Salvador
Por Rodrigo


A cena de uma das maiores cidades do país encontra-se restrita a poucos cenários de atuação. Os shows e os poucos eventos extra-música, costumam rolar no centro ou no bairro do Rio Vermelho. No primeiro citado, devido à considerável ou até questionável distância, pessoas deixam de comparecer, com exceção de eventos com... digamos assim, "maiores atrações". Já no Rio Vermelho, a localização é mais neutra e costuma acontecer muitos shows e festinhas, com bastante lugares para que se realizem.

Como não tenho tanto tempo de cena, no que sei e acompanhei, um dos primeiros responsáveis por eventos que não se restringissem a bandas, com debates, exibição de vídeos etc., foi o selo Estopim Records com o "Estopim Fest 1", que se encontra na sua 3ª edição, além de lançamentos de materiais e organização de shows de algumas bandas daqui e de fora (do estado e do país).

Dentro desse esquema faça-você-mesmo, rolou também o Festival Troco do Pão, que consistia numa parada mais primitiva de juntar ‘caixas watson’, chamar algumas bandas dispostas a ajudar e com um panfleto feito à mão xerocado, fazer alguma divulgação. A coisa começou como algo entre amigos, para que pudessem se juntar, tocar e curtir com suas bandas. Com o tempo, foram desenvolvendo idéias, que resultou em mais três edições e duas edições do TDP Zine. Está há dois anos parado devido a afastamentos por idéias e caminhos opostos, mas com pretensão de retorno.

Em termos de banda, as punks antigas continuam (não tanto, mas) ativas como Bosta Rala, Não & Proliferação, Detrito Humano, Dever de Classe, Revolução Proletária, apesar de muitas críticas e indignação por parte de alguns e algumas, devido a formas diferentes de ver e lidar com o punk(?). Fora isso, tem surgido bandas rápidas, metalcore, punk rock e emos que parecem crescer cada vez mais e absorver o interesse dos jovens e afastar o de quem costumava frequentar shows de diversas preferências. Há certo tempo atrás encontrávamos desde punks de visual, passando por grunges mal vestidos, até metaleiros trashs num mesmo show. Hoje em dia tá tudo muito fragmentado. Há! Fora algumas poucas bandas de rock, que ao meu ver, preservam um instinto de sinceridade e energia verdadeira, se é que me entendem. Posso citar The Honkers, Game Over Riverside e Machina. Mas é claro que também rola umas misturas.

Zines? Mais que escassos! Uma vergonha e uma tristeza. Em relação a impressos, podemos encontrar uma boa quantidade no Espaço Insurgente, amado por uns e umas, odiado por outros e outras. Esse espaço começou na forma de uma ocupação, mas que atualmente sobrevive por pagamentos de aluguel e contas de água e luz. Gerido por Léo e Frank (Escato), tem sido de extrema importância para sons, eventos, reuniões, encontros etc. Posso citar também o coletivo Nossas Mãos e o Bando de Garotas, que além da produção de materiais independentes, distribuem alguns informativos impressos, além de alguns eventos como a feijoada vegan (bando de garotas) e o thrashit! (nossas mãos).

Concluindo. Ao meu ver, é uma cena que está meio quente, meio fria. Mas nada que não possamos chamar de cena, apesar da pouca durabilidade de uma grande parte das bandas, dos poucos coletivos, selos, distros, zines e do fraco prestígio do que chamamos de público. Mas, tem-se caminhado com pernas próprias.




Links (que o rodrigo sugere):
www.estopimrecords.com.br
http://www.myspace.com/sub_insurgente
www.nossasmaos.blogspot.com
www.fotolog.com/bandodegarotas


2 comentários:

Anônimo disse...

muito bacana a coluna! Parabéns ae procês!

Lá em Salvador também rola um movimento carinhosamente apelidado de Bahiarea Thrash, que tem bandas muito boas como Insaintification, Pandora, Animus Necandi... além de ser a casa de uma das melhores bandas do Brasil: Headhunter D.C.

Isso é mais no Metal, mas achei que valia o comentário. Sem contar que muito antigmente esse D.C. aí atestava para "DeathCore".

Anônimo disse...

E do Poderoso e blasfêmico Mystifier!!!!